Compliance... Oh palavrinha, hein?! Importamos do inglês este termo que vem do verbo “to comply”, que quer dizer estar em conformidade com alguma coisa. Aqui no Brasil alguns usam o termo ‘conformidade’, outros ‘integridade’, para indicar que estar em conformidade vai além de só seguir as regras definidas em lei, incluindo questões éticas. Gosto de me referir a Compliance como “fazer o que é certo”. Por favor, mantenha este conceito em mente de agora em diante.

Dentro de uma empresa, “fazer o é certo” deve ser responsabilidade de todos. Principalmente, em uma estrutura mais enxuta. Ao invés de contratar uma consultoria ou funcionários dedicados a cuidar do “fazer o que é certo” em cada uma das atividades de todos os demais funcionários, ensine o que é certo para todo mundo. Parece óbvio, mas não é raro encontrar situações em que enquanto alguém vai fazendo, a equipe de Compliance vai correndo atrás tentando entender e corrigir. Esse é o Compliance chato! Aquele que engessa a empresa, que só gera despesa...

O Compliance esperto é aquele que faz mais com menos, que é parceiro de toda a equipe, que trabalha junto, que está disposto a pensar em uma solução que além de atender a uma regra, gera benefício para quem executa a tarefa. Este, na minha opinião, é o estado da arte do Compliance!

Vamos pensar em uma atividade simples: atravessar a rua. A empresa é uma pessoa (jurídica, mas ainda assim, uma pessoa) que precisa atravessar a rua, o mais rápido possível e com segurança. O ideal é fazer isso na faixa de pedestres, com o sinal fechado, ou em uma passarela. Mas e se o sinal demorar muito para fechar? E se não tiver faixa de pedestres ou a passarela estiver muito longe? E se não estiver passando carros? A via é de um sentido só? É bom dar uma olhadinha no sentido contrário também, vai que tem uma bicicleta vindo na contramão? Acredito que você criou a sua empresa única e exclusivamente para que ela dê lucro, que no nosso exemplo significa atravessar a rua! A sua empresa é um grupo de pessoas: a sua equipe. Para que a empresa (pessoa jurídica) chegue com segurança ao outro lado da rua, toda a equipe (pessoas físicas) precisa saber atravessar a rua!

Mais um exemplo: quando alguém aprende a dirigir, tem um instrutor do lado dizendo o que fazer. O instrutor sabe dirigir, conhece todas as sinalizações e sabe de cor todos os detalhes do código de trânsito. Mas a intenção não é depender dele a vida toda, e sim aprendermos para conseguirmos dirigir sozinhos. Eventualmente, vale reler a legislação, fazer umas aulas extras ou consultar um amigo mais experiente. Acredito com todas as minhas forças que com o Compliance não é diferente. Todo mundo em uma organização precisa entender o que significa “fazer o que é certo” e realizar suas tarefas com isso em mente. Quando puder ter um facilitador para acelerar este aprendizado, ótimo. Se não tiver, você vai precisar estudar por conta própria e treinar a sua equipe. Para que sua empresa consiga fazer o que é certo, esta responsabilidade não pode ser de uma única pessoa ou departamento.

Te convido a assistir um vídeo onde explico mais sobre o conceito de Compliance.